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Mostrando postagens de novembro, 2012

À Arte

imagem: Nu au Plateau de Sculpteur (Pablo Picasso) Abaixo de todo este morim Tu, liquidez – feita escarlate Pasta, sal e ureia És Mártir e febril Musa Minh'ácida Arte E eu Devoro-Te!

[O cabelo, a princípio, não revelara nada]

imagem: Mulher deprê - 1990 (Ricardo Cruzeiro) O cabelo, a princípio, não revelara nada Fino e negro rio, escondia o marfim e o fruto Eram apenas linhas que rutilavam na fraca luz Silhuetas das dunas do Maranhão, eternas fugidias Névoas e sódio, o grande mistério de Anticítera Eram membros, tênues movimentos, o tronco A delgada geografia de sua terra revestida de neve Era somente um sussurro branco sob véu de chumbo O revérbero de um astro distante, lânguida paisagem Eram mãos pequenas, duas conchas à espera do mar infinito

[Eu te ofereci as coisas que em mim não cabiam: o carinho, o amor]

imagem: (Mika Moret) Eu te ofereci as coisas que em mim não cabiam: o carinho, o amor As raízes já gastas de árvores marcadas, o medo. O vasto medo e a aflição O som de aves desconhecidas que vez ou outra sobrevoam o andar num dia à tarde Aquele tempo chuvoso e frio, quando apenas esperamos que nada passe tão depressa Quis te dar o que sonham os loucos, e todo aquele vigor que se eterniza em uma só noite Quis te dar o sangue de meu corpo (árido devir) que em tudo transbordava sem culpa No entanto, em ti, da mesma forma, nada pôde suportar

Meu livro de poesias

AUTOPSE, menção honrosa no X Prêmio Literário Livraria Asabeça 2011, é a primeira obra deste poeta, reunindo poesias das várias épocas de sua vida como escritor. Poesias que não se prendem às regras pré-estabelecidas e que dão forma a este condensado universo, trazendo à tona o que o cerca, o move, sua própria existência prestes a ser examinada, qual a um cadáver. Mas o termo “autopse” também significa auto-análise, trabalhando com a ideia de que o leitor inspeciona a si próprio a partir da leitura da obra. Obra, esta, compreendida como uma antologia póstuma, pois, aqui, Sel demonstra que não é necessário o óbito, de fato, para deixarmos de viver; e a cada dia podemos morrer um pouco mais. O livro está à venda por R$ 30,00 Algumas poesias: *** Tu, pálida criatura Deusa minha, anjo de catedrais góticas Sibilas lágrimas de teu silêncio sem fim Claustro e abrigo Agonizas tua loucura em rubro Dália que fulgura ante o sol É para ti a noite, única companheira