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Mostrando postagens de agosto, 2014

Duas luas e uma fogueira

imagem: Editorial "Suicidal Flowers" com Gabrielle Beringui (Thais Monteiro) Seus olhos não eram grandes, como poderíamos imaginar após esta descrição: tinham uma força improvável, extraordinária, apenas proposta para aquelas massas flutuantes pela galáxia. Quem ousasse traçar alguma rota perto demais, ou passasse distraído invariavelmente estaria preso à sua órbita. Não eram grandes, eram imensos! Os dois pontos fixos brilhavam em sua face, e pareciam sugar-lhe a energia de todo o resto. Era frágil. Os braços finíssimos, o corpo igualmente delgado, os seios mínimos suscitavam a impressão de compor somente um anexo do que existia acima, contudo, não menos belo. E como era belo!, feito cauda de cometa. Ainda sobre o rosto, um sorriso costumava brotar. De quando em quando surgia semelhante a uma ferida – uma metáfora que eu lera uma vez em algum livro e lhe cabia bem. Dava mesmo a sensação de ferir-lhe muitas vezes e habitualmente queimava quem ficasse em sua direçã

[lou.cu.ra. s. f. 1. ferrete, óleo]

imagem: com Chanelle Patou (Matthieu Soudet) lou.cu.ra. s. f. 1. ferrete, óleo pedra. 2. ave-langue-sorriso. 3. a gengiva dura. 4. fulgor que apenas conserva o hálito aquecido das orações 5. tua voz calma diluída sobre um tempo queimante

[Por que me negas a última centelha?!]

imagem: (Rimel Neffati) Por que me negas a última centelha?! Por que me cegas, e cegado não posso senão aceitar tua mão, tua carne impalpável à minha boca, tua cria apodrecida, que nasce  e renasce de teu ventre obscuro?!