Pular para o conteúdo principal

o que observa

imagem: sem título (Sel, 2023)

O elo fundamental entre mecânica quântica e clássica é o objeto “verificador” não humano. Talvez o paralelo possível entre as máximas paradoxais do mundo micro com o macro sejam as ilusões de ótica, ou a própria subjetividade.

As probabilidades permitem que realidades contrárias coexistam, tanto quanto a flexibilidade subjetiva demonstra o aceite das ideias divergentes. O “terceiro fator”, o objeto criado para informar a “verdade real” é que nos dará o consenso replicável.

De maneira idêntica em que as questões são dirimidas por um objeto no mundo macro, o observador quântico também é por certo um objeto “verificador”. A diferença permanece porque em um se credita tudo viável, no outro, o que sobra, delírio. O acesso fácil a uma aparente resolução define o descarte, enquanto no universo inacessível aos olhos admitimos tal amplitude e nada se exclui.

Se usássemos, porém, o mesmo parâmetro, adotando o critério de total plausibilidade enquanto não obtemos a resposta verdadeira? Ou, pelo contrário, o preceito ficcional, para aquilo que segue inconcluso?

Uma ilusão simples, sucedida por alguns experimentos, já constata que a visão não é confiável. Mas se pudéssemos metrificar, quantificar o dado óptico do sujeito, poderíamos validá-lo como alternativa, dentro de uma perspectiva matemática?

Se vejo algo, nestas experiências, e depois repenso-o como engano, não é igualmente e tão somente porque me apresentam uma variável complementar: uma régua, um prisma, que seja, e o que se depreende é portanto alterado? 

Utilizando a lógica de Boltzmann sobre o paradoxo da reversibilidade da termodinâmica, esses fenômenos, entre outros, não seriam apenas probabilisticamente improváveis?

Comentários