niilismo {do latim "nihil" = nada}
segundo parmênides, o nada não pode ser pensado. logo, por extensão, o ceticismo radical, a aniquilação total do sentido é impossível; nos resta apenas o que chamarei de necromatismo, ou seja, a própria impossibilidade de um corpus real, pois também tudo é, e de sua contraparte, sem um caminho médio viável, harmônico, e sim um estar em ruínas constante.
II
A:
então, partindo do ponto que a verdade reveladora, além-verdade, inexiste, posto que, havendo, mostra-se inalcançável, deveríamos desfazer cada viés que se expõe como tal, mas não gerar ou servir como guia a outra ou a um bem qualquer.
B:
niilismo?
A:
difere dele!, seja em sua perspectiva de destruição, pois aí subjaz a crença numa doutrina amoral, seja na sua versão "ativa", a busca ineficaz de novos valores. por isso também, da teoria do absurdo, pois aqui não se pretende um olhar qualitativo do que se mostra contraditório, procurando não cair nas armadilhas do moralismo! afinal, camus usou de subterfúgios para não concluir que daria no mesmo viver ou suicidar-se!
B:
estranho...
A:
veja, pensemos no paradoxo de popper... outra ruminação para dizer que não é possível o aceite de comportamentos inviáveis à ideia de coletividade saudável. no fim, o que existe (o que consideramos supor) são indivíduos com distintos níveis de (in)tolerância, e não seres iluminados ante à imperfeição humana. de igual modo, o famigerado mito da caverna serve apenas à arrogância de quem acredita que detém o conhecimento da realidade, sem se questionar se há de fato um fora, para o qual fugir.
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