imagem: Medusa - 1597 (Michelangelo Merisi Caravaggio) |
Voraz movediça, molusco, Medusa!
De tuas vísceras exalas teu canto
Uivo de sereia, inaudível espanto
A iscar a vítima que tua língua abusa
Deliras, ruminas o cedro, o carvalho
O algoz, ante ácido, iminente escarro
Na ânsia histérica de forjares no barro
Através da ponta que desfere o ralho
Fruto bastardo, imagem de tua miséria
Desafortunado, substância grave, funérea
Transportará consigo a insígnia na testa
Tempero aziúme, pútrido da última festa
Deus-bolor!, fétido, vômito de teu corte
Brado eterno de uma vida para a morte
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